quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Trabalhos em Altura

Ninguém pode negar que todo trabalho em altura envolve risco de acidente para o trabalhador. No entanto, nos dias de hoje é inadmissível que empresas continuem a expor seus colaboradores a riscos nesse tipo de tarefa, pois há equipamentos e dispositivos de segurança para todo e qualquer tipo de trabalho em altura.

Esta semana passei em frente a um prédio em construção e notei que nenhum - eu disse nenhum - funcionário estava usando o cinto de segurança. O pessoal estava trabalhando no sexto andar e sem qualquer preocupação com a segurança. Não é a toa que a construção civil colabora com a maior parte dos acidentes de trabalho no . O descaso com a segurança é muito grande e a vida do trabalhador é posta à prova todos os dias.

Pode parecer loucura do ponto de vista humano, mas é sabido que todo contrato de prestação de serviço prevê um custo para eventuais acidentes (entenda-se morte). Então, se morre alguém na obra, a terceirizada assume tudo, mas quem paga os custos é a contratante. Obviamente que do ponto de vista contábil, é perfeitamente compreenssível que seja assim. Que todos os possíveis custos sejam previstos. Porém, além desse custo, também são previstos os custos com equipamentos de segurança, então a contratante tem o dever de fiscalizar possíveis irregularidades na prevenção de acidentes que vão desde o fornecimento de EPI's, documentação obrigatória e tudo que envolve a segurança dos funcionários.

Ao que parece, as empresas querem sempre ganhar mais e acabam escolhendo a segurança para economizar, porém do modo errado. Sabemos que é possível conseguir uma grande economia com investimentos em segurança, mas o que acontece é o contrário - deixa-se de gastar com segurança pensando estar economizando. E aí vale tudo, desde comprar equipamentos de péssima qualidade e que são de grande desconforto para o trabalhador e até mesmo o não fornecimentos dos equipamentos que é o caso que citei acima. A economia é ilusória, pois a sorte não é para a vida toda e a qualquer momento alguém pode sofrer uma queda e aí o lucro foi para o espaço. Muito embora a contratada não perca "nada", pois isso já estava previsto nos custos, é óbvio que todos saem perdendo com isso, principalmente o trabalhador e sua família.

Já passou da hora dos sindicatos da construção civil contarem com um profissional de segurança do trabalho para fiscalizarem essas obras espalhadas pelas cidades brasileiras. Sabemos que o Ministério do Trabalho não tem gente suficiente para isso, então, se queremos realmente acabar com os acidentes, está na hora das entidades de defesa do trabalhador começarem a agir com rigor nos descasos dos maus empresários e por um fim nessa triste estatística que envolve o setor.

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